terça-feira, 28 de julho de 2009

SuperAção!


Demorei em vir contar, mas... antes tarde do que nunca.
Venci! Passei no teste físico. Que para muitos pode parecer algo sem importância e fácil de fazer, mas que para mim representa muito. Representa além de superação a chance de poder voltar a fazer aquilo que realmente amo fazer. Representa poder calçar uma chuteira, vestir-me como mando o figurino futebolístico e ficar dentro de campo os 90 minutos. Ser xingada, vaiada e às vezes (sim, acontece) parabenizada pela atuação.
Quero também fazer parte do espetáculo que se chama futebol, e que é capaz de quebrar barreiras e unir as nações. Capaz de fazer chorar de alegria e de tristeza. Capaz de fazer a vida ser melhor. Nem que seja por 90 minutos.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Lágrimas de um príncipe da bola

Enviado por Aydano André Motta -

Crônica de segunda

Lágrimas de um príncipe da bola

Craque na antevéspera do desembarque dos bilhões de dólares e euros no mundo da bola, Andrade não ficou rico, como merecia. Equilibra-se na classe média com esforço, suando a camisa no time dos remediados, no duelo agravado pela infâmia dos salários atrasados que viraram DNA no Flamengo. Em campo, era ouro puro. Cabeça-de-área como não mais existe, marcava e atacava com igual magia, um espetáculo, cereja do bolo num time de almanaque. Não teve o devido sucesso na seleção exclusivamente pela trapaça da sorte, que o fez contemporâneo de Falcão e Toninho Cerezo. Tudo bem - quem o viu com a camisa 6 rubro-negra não se esquecerá nunca mais.
Hoje, Andrade seria multimilionário no alvorecer da idade adulta, como acontece, notícia velha, com qualquer Felipe Melo. A torrente de dinheiro que inunda o futebol (que não pararia em pé diante da mais branda investigação, mas isso é outra história) veio bem depois da sua aposentadoria. E o ex-superjogador vive dias plebeus, como auxiliar-técnico rubro-negro. Quis o destino que ele tapasse um buraco no permamente bundalelê do clube justamente numa partida difícil, fora de casa, com o Santos, algoz da vida inteira.
O Flamengo, zebra total, ganhou, vitória necessária, ainda que pouco decisiva, na monotonia dos pontos corridos. Os jogadores dos dois times encenaram as reações protocolares, alegria e frustração contidas, desfiaram as declarações de sempre, receita desenxabida de bolo na era das reações pasteurizadas. Bem no meio deste deserto de sinceridade, Andrade chorou. Menos pela vitória, nada pelo sucesso efêmero no cargo que, desambicioso, não almeja. As lágrimas nascem da emoção de quem carrega na alma a devoção pelo jogo. Brasileiramente.
Andrade não tem Hummer para passar nos cobres, não se permite tropeços em negociatas com empresários, passa a léguas de amores hortifrutigranjeiros de uma tarde ou madrugada. Hoje, observa com a sabedoria dos cabelos brancos que sobem pelas têmporas o eterno bafafá das celebridades de ocasião em que se transformam, em 15 minutos ou menos, os boleiros mais desimportantes. Alguns se enrolam com o passe mais banal, muitos não sabem chutar, quase todos são incapazes de atuações magistrais como tantas que ele encenou, ao longo da vida.
Como no finzinho do inverno de 1981, na mágica noite em que o Flamengo enfrentou, num amistoso, o Boca Juniors de Diego Maradona, no Maracanã apinhado. No YouTube, o então melhor jogador do mundo aparece como figurante que não viu a bola - porque Andrade tomou-lhe todas (repare, lá embaixo, que o 10 argentino aparece apenas cercado pelo 6 rubro-negro). Naquela jornada, e em muitas outras pelo time mágico, conjugou a sutileza no roubar de bola com a precisão cirúrgica no jogo ofensivo, coadjuvante que merece - e leva - o Oscar.
Ontem, chorou - pelo amigo Zé Carlos, morto dois dias antes, cedo demais, cruel demais, de câncer; pela pressão que sufoca o clube, subjugado a uma interminável dinastia de trapalhões; e, sobretudo, pela ajudinha que deu ao seu time de coração. No caminhar ao vestiário e à provável volta para a sombra (já já vem outro técnico, e outro, e outro), exumou a elegância dos tempos de jogador, a sabedoria dos craques e, com o pranto de quem não tem vergonha de mostrar-se humano, a sinceridade desaparecida do futebol ultraprofissional.
Príncipe de anteontem, Andrade dá poucos autógrafos, anda pela rua sem maiores assédios, é (muito) menos paparicado do que merece. Mas conhece o valor da vitória, e sabe quando ela merece que lágrimas corram pelo rosto. Chora, porque é do tempo em que se jogava por dinheiro sim - mas por amor também.
Dias que não voltam mais.

http://www.youtube.com/watch?v=MZQH8bf_bjQ&eurl=http%3A%2F%2Foglobo%2Eglobo%2Ecom%2Frio%2Fancelmo%2Fchopedoaydano%2Fposts%2F2009%2F07%2F27%2Flagrimas%2Dde%2Dum%2Dprincipe%2Dda%2Dbola%2D208621%2Easp&feature=player_embedded

Publicado em http://oglobo.globo.com/rio/ancelmo/chopedoaydano/posts/2009/07/27/lagrimas-de-um-principe-da-bola-208621.asp

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Acima do bem e o mal

Não é de hoje que vemos estrelas do esporte terem sua imagem manchada por conta de seu mau comportamento ou de sua falta de rendimento. Lebron James, Kobe Bryant, Phelps, Ronaldo e recentemente Romário (preso por não pagar pensão) entre tantos outros casos. Muitos deles perderam patrocínio, prestigio e foram massacrados pela mídia. No entanto, quase todos, voltaram a brilhar.
O desempenho em quadra, campo ou piscina, desde que satisfatório, tem o poder de levar para o esquecimento atitudes não consideradas nobres para a maioria de nós.
Na verdade, um ídolo, um esportista de destaque é visto como um herói. Um modelo a ser seguido. E talvez por essa necessidade, nós, amantes do esporte, acabamos nos esquecendo rápido das baboseiras que nossos ídolos fazem.
E por isso, marcas das mais diversas usam esses simples "imortais", para associar a sua marca.
Lembro-me de que nas Olimpíadas de Pequim, Liu Xiang estampava todos os outdoors do pais. Era garoto propaganda da Nike e de muitas outras marcas. Ele era a imagem da China. A imagem de um vencedor. E o que aconteceu?
Liu Xiang abandonou a prova para o qual era favorito antes mesmo do inicio. Sentiu dores. Não conseguiu. Vi inúmeros de chinesinhos baixarem as cabeças e abandonarem o estádio.
Nem por isso, Liu Xiang deixou de ser idolatrado. Nem por isso deixou de ser um vencedor.
Como Ronaldo (desculpem, mas não consegui não falar dele). O sujeito que caiu e levantou várias vezes. Passou por tudo de cabeça erguida. E hoje, apesar de não estar em sua plena forma física (felizes dos adversários) ele se reergueu mais uma vez. Como disse D2, “Eu sou Ronaldo. O desafio sempre esteve e estará em minha vida e eu não me espanto. O meu desejo é ser criança e não perder a esperança de ver o jogo mudar”.
É por isso, e talvez só por isso, que o esporte é capaz de tornar o impossível plenamente possível. Maus resultados podem ser transformados e heróis, podem ser sempre heróis, mesmo que já estejam se aposentando.






segunda-feira, 6 de julho de 2009


Foco, força e determinação.

Durmo mal há mais de uma semana. Muitos sonhos, sono agitado, preocupada. O motivo: teste físico da Federação Paulista de Futebol. Minhas escaladas depende deste teste. São 20 tiros de 150m que me separam dos jogos. E ninguém mais do que eu pode fazer isso.
Tenho treinado todos os dias, há vários meses. Mas ainda tenho limitações difíceis de vencer. As dores musculares, o cansaço, o stress dos treinos, a falta de companhia, o medo.
Tenho mais 8 dias para treinar. 8 dias de treinos contínuos, de força, de determinação e muito foco. Foco na linha de chegada! Foco na corrida e no fato de ‘empurrar o chão’. Foco no que realmente quero. E sei exatamente o que quero: terminar o 20º tiro abaixo dos 35 segundos e talvez chorar, mas de alegria!

quinta-feira, 2 de julho de 2009

CQC

Acordei feliz. Meus vizinhos que não devem ter acordado. Passava da meia noite quando sai na varanda para unir meu grito a mais uma dúzia e meia de gritos vindos dos prédios vizinhos.
Bom, se eu não puder comemorar um título que demorou mais de um ano para chegar, o que vou poder então?
A verdade é que o Corinthians se superou ontem. E superou a organização e determinação de um time como o Inter, que, diga-se de passagem, eu admiro muito. Pena que o jogo foi comprometido pela falta de cabeça no lugar dos “vermelhinhos” e pela distribuição de cartões amarelos a cada falta. Senhor Arbitro, eu que sou defensora nata da arbitragem tenho que concordar que deixou um pouco a desejar.
No entanto, o que mais me surpreendeu hoje foi ver a notícia de que Felipe Andreoli, o encaracolado mais famoso do Brasil foi agredido em Porto Alegre e teve que se esconder para gravar o quadro do CQC. Agredido por ser paulista, por estar vestido de branco e preto, por existir! Que absurdo! Fico pensando por que as pessoas que se enfiam no futebol são tão insensíveis, insanas, ignorantes, cretinas e "machonas". Parafraseando Andreoli "esses caras são machos apenas em bando". Gaúchos que me desculpem, mas foi lamentável. E eu que ainda acreditava que o Sul era mais consciente, mais educado e com mais classe. O Beira-Rio lotado presenciou a queda do Inter e a queda da educação. Ainda estou tentando não me preocupar com a Copa do Mundo em 2014, mas não estou conseguindo totalmente. Será que irão agredir um jornalista argentino no caso do Brasil perder a final para a Argentina? Será que vão tacar latas e garrafas em alguém jornalista francês que relembrar a fatídica derrota da Seleção Canarinho para a França? Será? Será?
Onde fica o direito de expressão? O direito de torcer? O direito de gritar na varanda na final do Campeonato?
Eita Brasil!!! Precisamos melhorar! Custe o que Custar!